quarta-feira, 10 de junho de 2009

Formação de educadores ambientais na dimensão amazônica-possibilidades que a educação a distância oferece


Considera-se a educação ambiental para a Amazônia tão importante quanto a emergência por políticas públicas de proteção dos recursos naturais e culturais, sob a perspectiva do desenvolvimento sustentável.
Os povos da Amazônia conviveram e ainda convivem com diversos ciclos econômicos, como foi com as drogas do sertão, com a castanha, com a borracha, ainda é com a mineração, com a soja, com a madeira e mais recentemente está sendo com o ciclo da biotecnologia. Contudo, a formação de educadores ambientais capazes de ampliar o nível de conscientização ambiental é emergente porque faz repensar o atual modelo de desenvolvimento que fez desencadear impactos ambientais produzidos, especialmente, pelo processo de modernização técnico-cientifica exigido na instalação de atividades econômicas como a mineração, a monocultura da soja etc. Vale ressaltar que esses impactos ambientais não se dão de forma isolada. O contrário, eles são acompanhados por impactos culturais.
Concordo que o desenvolvimento econômico e humano deva ser promovido de forma interdependente para que formas de trabalho e de transformação do meio natural sejam construídas com base no potencial ambiental e cultural das populações que residem nesse ambiente. O desenvolvimento que nos referimos se refere também ao aspecto qualitativo desse ser humano que é constituído de corpo, mente, sentimento e espírito.
Nesse contexto, a formação de educadores ambientais na Amazônia passa pela ampliação na oferta de cursos que promovam a reflexão na dimensão dicotômica entre desenvolvimento econômico e desenvolvimento humano.
A modalidade de Educação a Distância (EaD) em nível da pós-graduação na dimensão amazônica, diminui a distância não somente geográfica entre aqueles que desejam realizar um curso com caráter sócio-ambiental, mas também a distância no sentido quantitativo do quadro de recursos humanos disponíveis nessa concepção.
Na semana passada, dias 04 e 05 o Senac-Ap realizou o 1º Seminário Senac de educação a distância com uma importante discussão em torno dessa modalidade que, fatalmente, levará a democratização do ensino nessa região. O palestrante convidado foi o escritor, educador e sociólogo- Dr. Marco Silva, que pesquisa a EaD há mais de dez anos. Ele foi muito claro quando afirmou que as universidades ainda são muito resistentes em assumir essa educação em um ambiente (virtual) inteiramente sofisticado, especialmente na geração Web 2 onde se explora cada vez mais conceitos de redes sociais, territorialidade, espaço, tempo etc.
Desse modo, a educação a distância significa ruptura de paradigma porque nesse avançado sistema de comunicação, principalmente com o advento da Internet, desenvolveram-se interfaces como fóruns, chats, wikis etc que possibilitam as pessoas interagirem em espaços democráticos para gerar conhecimentos e desenvolver habilidades concretas auxiliando pessoas, empresas, organizações sociais a se constituírem em redes de relacionamentos, acelerando processos, compartilhando e trocando informações, desenvolvendo laços de confiança e reciprocidade e outras formas de aproximação que a tecnologia é capaz. Não pretendo aqui me estender nos avanços que Internet é capaz de trazer, mas penso ser necessário refletir sobre ela para que possam entender como percebo sua importância na estratégica formação de agentes multiplicadores com essa unidade de pensamento, em uma realidade regional como é a nossa.
A educação ambiental não é diferente, pois do mesmo modo que EaD se refere a mudança de paradigma, pois passamos a conviver com problemas complexos e a direção que buscamos responder a tantas inquietações sugere estilos de saberes que privilegiam mais o “ser” e o “qualitativo” e menos o “ter” e o “quantitativo”.
Porém, a formação profissional com a incorporação do saber ambiental depende da elaboração de novos conteúdos curriculares, de cursos, carreiras e especialidades, orientados em contexto geográfico, cultural e político onde esse processo de ensino e aprendizagem se processará.
Nesse sentido, o potencial social e ambiental na Amazônia ancorado num desenvolvimento descentralizado e sustentável pode ser estimulado, essencialmente por meio da formação de seu capital humano e social aptos a estabelecer diálogo entre conhecimento cientifico e saberes autóctones, potencializando as forças produtivas e a capacidade de autogerir seus processos de desenvolvimento.
Para a Amazônia torna-se relevante a oferta de cursos de pós-graduação lato sensu em educação ambiental, na modalidade a distância porque faz potencializar a mudança de comportamento, possibilitando sensibilizar técnicos, gestores e políticos a atuarem no desenvolvimento sustentável da região.
É concreto a diversidade de profissionais motivados em participar de cursos nessa modalidade formando verdadeiras salas interativas e multidisciplinar que discutem problemas e propõem soluções, tanto para o ambiente urbano quanto para o natural.
Assim, o curso a distância em educação ambiental corrobora com a democratização de acesso a cursos no nível da pós-graduação, onde o contexto sócio-ambiental demanda intensamente a formação de um quadro de profissionais atuantes nas diversas frentes que a questão ambiental implica.
O desafio está posto: precisamos, numa região como a nossa, exibir a emergência para a formação de capital humano capaz de compreender e atuar na corrente sócio-ambiental de forma eficiente, e a EaD, pela alta capilaridade que a caracteriza, pode ser essa alternativa para acelerar a mudança de paradigma.

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