sexta-feira, 17 de julho de 2009

Medicações para reduzir o colesterol são preciosas mesmo para quem tem colesterol normal.


STATIN

Há um tempo atrás, a prevenção das doenças cardiovasculares era feita mais ou menos assim: se a pessoa tivesse pressão alta tomava remédio para pressão; se tivesse diabetes tomava remédio para diabetes; se tivesse colesterol alto, tomava remédio para colesterol. E é claro, dieta saudável, atividade física regular e cigarro nem no pensamento. Entretanto, de um tempo para cá, essa lógica tem mudado, pois tem sido demonstrado que muitas dessas medicações são mais polivalentes do que se imaginava inicialmente. As medicações que melhor exemplificam esse fenômeno são as estatinas, desenvolvidas pra redução dos níveis de colesterol.

Já é bem reconhecido que as estatinas reduzem o risco de eventos vasculares como o derrame cerebral e o infarto do coração não só em pacientes com altos índices de colesterol, mas também em portadores de diabetes e em quem já teve um desses eventos vasculares (prevenção secundária). Além disso, recentemente, um importante estudo demonstrou que essa classe de medicação pode reduzir o risco de eventos vasculares mesmo em pacientes sem diabetes ou colesterol alto, mas que apresentam níveis elevados de Proteína C-Reativa de alta sensibilidade no sangue. Já era sabido que índices altos desse marcador estão associados a um maior nível de aterosclerose, maior risco de infarto no coração e derrame cerebral.

Um estudo recém-publicado pelo British Medical Journal reuniu as principais pesquisas realizadas até então sobre o assunto e concluiu que as estatinas são medicações que realmente são capazes de reduzir o risco de um primeiro evento vascular em indivíduos com fatores de risco (ex: hipertensão arterial, diabetes), o que é chamado de prevenção primária. A análise envolveu dez estudos e mais de 70 mil indivíduos e demonstrou que o uso de estatina foi capaz de reduzir o risco de infarto do coração em 30%, o risco de derrame cerebral em 19%, e redução da mortalidade em 12%. Além disso, o estudo demonstrou que o uso da medicação a longo prazo não está associado ao aumento do risco de câncer.

O atual corpo de evidências aponta que indivíduos que apresentam fatores de risco vascular como o diabetes e a hipertensão arterial podem se beneficiar do uso das estatinas, especialmente aqueles com mais de 65 anos de idade. E esse benefício existe mesmo que o indivíduo não tenha problemas com seus níveis de colesterol.

Copiei daqui:

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